Justiça concede habeas corpus a vereador acusado de matar ex-noivo em MG

  • 18/07/2025
(Foto: Reprodução)
Polícia conclui inquérito sobre morte de professor em Formiga; vereador é o suspeito O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) concedeu habeas corpus a Lucas Coelho, de 33 anos, acusado de assassinar a tiros o ex-noivo, o professor Jhonathan Simões, em Formiga (MG). A decisão judicial, publicada na quinta-feira (17), também converteu a prisão preventiva do vereador afastado em medidas cautelares. O crime ocorreu em maio. A defesa de Lucas Coelho — representada pelos advogados Paulino Gontijo, Alexandre Simão de Araújo e Leonardo Gontijo Azevedo — confirmou ao g1, nesta sexta-feira (18), que o alvará de soltura foi cumprido e o cliente já deixou o presídio de Formiga, ainda na quinta. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Centro-Oeste de Minas no WhatsApp A decisão é da Turma Julgadora da 2ª Câmara Criminal do TJMG. De acordo com a decisão obtida pelo g1, as medidas cautelares impostas a Lucas Coelho são: Assinatura do Termo de Compromisso de Comparecimento aos atos de processo em que, eventualmente, figurar como réu; Manter o endereço atualizado junto ao juízo de origem; Proibição de contato e de aproximação das testemunhas e dos familiares da vítima em um raio de 100 metros; Recolhimento domiciliar no período noturno, entre 18h e 6h, e nos finais de semana, facultando-se ao juízo de primeiro grau a imposição de monitoração eletrônica a depender da disponibilidade da Comarca. No documento, consta que a defesa de Lucas solicitou o habeas corpus alegando que o indiciado sofreu constrangimento ao ser preso preventivamente enquanto está em tratamento oncológico, psiquiátrico e imunológico. Lucas Coelho, vereador de Araújos, foi indiciado pela morte do ex-noivo Câmara de Araújos/Divulgação Revolta da família Em entrevista o g1, Junio Pablo, primo e irmão de criação de Jhonathan, falou sobre a revolta em ver o suspeito solto. "É revoltante e inaceitável que o assassino do meu irmão, um homem que tirou uma vida com seis tiros a sangue-frio, tenha sido solto após apenas 40 dias de prisão, beneficiado por um habeas corpus que diz que não oferece risco. Que tipo de justiça é essa que permite que um criminoso, ainda mais alguém que ocupa um cargo público, responda em liberdade por um crime tão brutal? Nossa família está dilacerada pela dor e, agora, também pela indignação. O que esse tipo de decisão diz às vítimas e à sociedade? Que a vida de um inocente vale tão pouco? Exigimos justiça verdadeira, porque impunidade não pode ser a resposta de um sistema que deveria proteger os cidadãos e punir com rigor os responsáveis por tamanha barbárie", disse. Vereador foi denunciado pelo MP No dia 3 de julho, o juiz Guilherme Luiz Brasil Silva, da Vara Criminal da Comarca de Formiga, acolheu a denúncia do Ministério Público que acusava Lucas Daniel Coelho por homicídio qualificado. Desde então, o vereador passou a ser considerado réu e já responde ao processo criminal. No dia 14 de julho, o mesmo juiz converteu a então prisão temporária de Lucas Coelho em preventiva. Na decisão, o magistrado também recusou o pedido de cela especial ao réu por ele ser vereador, justificando que o crime, supostamente motivado por ciúmes, não tem nenhuma relação com o cargo que o acusado ocupa. "Conceder-lhe prisão especial, nesta situação, seria privilegiar o indivíduo pelo cargo que ocupa, e não proteger a função ou garantir a segurança do sistema. Seria, em última análise, replicar a mesma lógica elitista e anti-isonômica rechaçada pelo STF", explicou o juiz Guilherme Luiz Brasil Silva. Três dias depois, na quinta-feira (17), o alvará de soltura do vereador foi expedido. Professor Jhonathan Silva Simões (à esquerda) foi assassinado em Formiga; suspeito do crime é o vereador de Araújos, Lucas Coelho Reprodução/Redes Sociais Relacionamento conturbado, crime premeditado e prisão Jhonathan Silva Simões, professor conhecido como Jhony, de 31 anos, foi morto a tiros no dia 29 de maio, quando chegava em casa após o trabalho, em Formiga (MG). Segundo a família, imagens de câmeras de segurança mostram que o atirador o esperava há cerca de 45 minutos. A vítima foi atingida por seis tiros pelas costas. O atirador estava com o rosto coberto e fugiu após o crime. O vereador e Jhony mantiveram um relacionamento por cerca de um ano, encerrado em fevereiro. Familiares afirmam que a relação era marcada por perseguições, ameaças e comportamento abusivo por parte do parlamentar. Jhony chegou a pedir uma medida protetiva, mas o pedido foi negado pela Justiça. Segundo o primo da vítima, a justificativa foi de que o recurso seria exclusivo para mulheres. Na época, a legislação ainda não previa esse tipo de proteção para casais homoafetivos. Após a entrada em vigor da nova lei, que passou a garantir o direito, Jhony não voltou a solicitar a medida. Lucas se apresentou à polícia em Bom Despacho no dia 5 de junho, acompanhado de um advogado. Ele teve a prisão decretada e ficou detido deste então. No dia seguinte, a Câmara Municipal de Araújos publicou uma portaria suspendendo o mandato e o salário do parlamentar, com base no regimento interno, que determina o afastamento em casos de prisão preventiva. Em nota pública, a Casa lamentou o ocorrido e se solidarizou com a família da vítima. Lucas Coelho foi indiciado pela Polícia Civil, no dia 13 de junho, por homicídio qualificado. Segundo o delegado Ricardo Augusto de Bessas, as investigações apontam que o vereador agiu de forma premeditada. “A convicção da Polícia Civil hoje é que o ocorrido é um crime de homicídio doloso qualificado, qualificado pelo motivo torpe, qualificado pela dificuldade da defesa da vítima, já que o investigado procedeu através de tocaia”, afirmou o delegado. O delegado afirmou que o crime é resultado de um relacionamento conturbado e possessivo. Em fevereiro, Jhonathan chegou a registrar um boletim de ocorrência após ser agredido e ter o carro danificado por Lucas. Na ocasião, a vítima relatou ter sido ameaçada. “A situação se agravou, várias ameaças foram proferidas. Em fevereiro deste ano, o investigado agrediu a vítima, danificou o carro dela na zona rural de Araújos e, inclusive, proferiu a seguinte ameaça: ‘Vou derramar seu sangue, Formiga vai chorar seu luto’”, disse o delegado. Segundo Bessas, um fato agravou ainda mais a relação: a vítima descobriu que havia contraído HIV e acusava o vereador, que é soropositivo, de não tê-lo informado sobre a condição de saúde. VÍDEOS: veja tudo sobre o Centro-Oeste de Minas

FONTE: https://g1.globo.com/mg/centro-oeste/noticia/2025/07/18/justica-concede-habeas-corpus-a-vereador-acusado-de-matar-ex-noivo-em-mg.ghtml


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